quinta-feira, 24 de julho de 2008

Lupicínio

*Ao criador da dor de cotovelo.

Ó coração apaixonado
Tanta lamúria, tanto desespero
Misturados à lembrança
Das noites de frio, dos dias de sol
Ó peito iluminado
Pela chama que derrete o gelo
Que colore os olhos, marca de desprezo
Que no meu seio bate sem parar

Dor divinamnte clara
Sombra de ontem, um futuro que adormece
Nas escolhas que não fiz
Água serena e turva
Molha o rosto, a palma
Não consigo fugir

Mente, ó serena, ó doce senhora
De mim mesma, de tanto canto
Tanta beleza que esse vazio cria
Em que corre a vida pra me conformar
Chora baixo, me acalente
Os olhos não sabem o que vêem
Mas o coração sente
Esta tristeza, tanto sofrimento
O tormento que a solidão traz

Olha, sei que até a lua ás vezes me desmente
Quando sua luz
Nem fria, nem quente
Finge que é forte e nunca morrerá

3 comentários:

Erick Macau disse...

sem palavras....
eu q escrevo simples versos
sempre sempre pueris
não posso
não devo
dizer q sou poeta
mas vc
vc é com certeza.

abraços libertários

Zúnica disse...

O que te desmente não é o brilho da lua, morena. O que desmente a tua dor é o brilho dos teus olhos. Porque não é certo que olhos que brilhem como os teus sofram os males de Lupicínio. Olhos com brilho de lua, como os teus, morena, inflingem a lamúria e o desespero que moldam os compositores mergulhados nos copos de cachaça nos dias de sol e noites de frio.

As escolhas que você deixou de fazer te esperam sempre, num futuro adormecido na palma da tua mão, esperando o sinal pra despertar. Porque os olhos coloridos de desprezo colorem corações poetas e corações ébrios com a luz do Talvez, vício que gera samba e dor de cotovelo.

Victor Canti disse...

belíssima poesia, transmite a emoção com palavras bem arranjadas...
gostei do seu espaço, e dos seus gostos, temos muitos em comum...
boa semana!!
beijos