sábado, 24 de maio de 2008

Ecos

Logo além daquele monte azul onde árvores crescem salpicadas de flores
e bem debaixo daquelas águas verdes onde rolam pedras e descobrem-se cavernas
O som do vento batendo em meu rosto e levando longe os meus pensamentos
bangunça os meus cabelos e os meus sentimentos.
E ninguém chega até lá sem fechar os olhos
e ninguém descobre nada a não ser o que é imenso
e não há nada a dizer a não ser olhar o turvo eco do proprio coração.
Estranhos de mim mesma aparecem diante dos meus olhos ávidos
e o susto que é perceber que todos eles são reais.
E atentar ao que um dia fora sonho
e acordar e contar a vida não por minutos
e desembaçar os raios de sol da manhã.
E ali mesmo eu acabo de nascer
e vejo minha sombra ao lado que pode ser você
e o coração chamuscado pelo sol encontra conforto pela primeira vez.


Agora posso esperar anoitecer
não me amedronta a aproximação das sombras
e nem das pessoas que vou conhecer pelas ruas.
Agora posso voltar para casa, não precisarei de nenhum guia
Estou limpa e minha mente, purificada.
Os olhos voltados para o céu, agora já sei como voar
e o farei para voltar sem pensar em nada com os pés no chão.
Adormecerei com os olhos perdidos no azul profundo
diluída em água todos os meus temores terão remédio
e assim quando eu acordar num dia novo
a luz sempre brilhará para mim
Porque esse dia já me é eterno e estou levando o som do vento em minha bagagem.
E quando encontrar pessoas perdidas agradecerei por saber a verdade
por que muitos tentam e algo me diz que vou encaminhá-los para liberdade
e ninguém saberá como ou porque
andaremos sempre à diante mesmo estivermos parados.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Reflexo dos meus 16 anos



Dos espelhos que em face me acompanham
vejo aqui o rosto de não me pertence
e a alma refletida vidro à frente
suga dos olhos a luz que me esvazia

E das pessoas que em mãos me procuram
deixo aqui os calos da minha vida
e a história dos meus dedos já cortados
não é entendidas pelas frases mal escritas

Vejo a mudança do meu caminho aos meus pés
por chão e céus por vezes tornados água
e minhas pernas fracas que correm atrás do nada
me levam novamente à frente do espelho que roubou minha alma



:: Is the anybody out there? ::

quarta-feira, 14 de maio de 2008

No Insistente Perfume de Alguma Coisa Chamada Amor


"O amor é o ridículo da vida...
A gente procura nele, uma pureza impossível...
Uma pureza que está sempre se pondo...indo embora.
A vida veio e me levou com ela.
Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue...
Bonita e breve...
Como borboletas que só vivem vinte e quatro horas.
Morrer não dói..." (Cazuza)



Tenho buscado incessantemente um amor.
Primeiro nos outros, depois em mim.
- Viver bem apesar das adversidades -
Tenho seguido isso à risca no meu mundo
Mas há um buraco na minha alma que não consigo preeencher
As pessoas vão e o vazio fica
É falta de amor verdadeiro
Se não for isso, não saberei o que dizer.

Olho para o longe e tento encontrar alguma solução que possa me confortar
Ou apenas uma estrela que olhando me faça sorrir
Olho pro alto, as lágrimas correm por dentro
Me sinto só, e não há o que fazer
Só me resta esperar, fingir que não há nada
Mas vem sempre este buraco, na alma
Que me lembra que algo me falta
Braços abertos, um lugar para recomeçar
Este buraco na minha alma
Ás vezes parece que é inverno
Só um beijo para aquecer meu coração
Não parece, mas é raro.

Tenho procurado em letras de música
Melodias doces, cores misturadas
Eu sonhei com os olhos abertos
O dia em que estivesse preenchido o meu coração
Me sentir flutuando, o doce cheiro da chuva me avisando que é tempo
O coração leve, os olhos fechados, o sentimento...
Flores na janela do meu quarto
Flores em volta de tudo que vejo
Um beijo de amor para me despertar e um sorriso para me fazer dormir

Essa carência que não é de mim mesma.
Essa carência que os ombros amigos não suportam.
O coração cheio de afeto sem ninguém esperando para recebê-lo
A alma cheia de saudade de alguém que ainda não conheceu.

sábado, 10 de maio de 2008

Extraordinário

Eu só lido com o desconhecido.
Pode não ser a coisa mais sensata a fazer e
pode também não ser o mais fácil.
Mas só consigo lidar com o desconhecido.
Com aquilo que os olhos não podem ver.
Eis aqui a palavra, eis a qui o que sou.
Procuro pelo extraordinário.
Pelo fator determinante que traz as grandes mudanças.
Não procuro pelo novo, este não me basta.
O novo se agrega ao velho, as coisas permanecem iguais.
Procuro pela luz na escuridão.
Para trazer um novo ponto de vista, uma nova crítica.
Procuro pelo extraordinário.
Aquilo que traz a mudança.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Monumentos

Por favor não beba esse veneno sozinha
injeção letal de dor
você não tem pq temer o amanhã
Por favor não vá sem me dizer adeus
e espalhar seus pedaçoes pelo caminho pra saber como voltar
O que mais eu posso dizer?
Sei que há algo de bom em mim
as palavras não dizem a verdade
é preciso enxergar dentro de quem as diz

Não me diga que é muito tarde
e que todos agem assim
quando todos pensam igual
é porque ninguém pensou nada
Não se massifique assim
não se perca pela multidão
o coração de quem ama não se fecha por qualquer arranhão

Deite este livro de terror fora
não se esconda atras de uma moda
o tempo passa e as mascaras caem
o tempo diz quem somos nós
Não torne suas mentiras verdade
a memória é o que vai restar de nós
os monumentos podem cair se forem ocos por dentro
sem seus rótulos será que você sobreviverá?