quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tomie Ohtake

Então, quando eu fui ao Instituto Tomie Ohtake, eu fiz um relato que acabou se tornando um poeminha...como eu achei ele super marcante daquele momento vou registrá-lo aqui.

Meu amigo Zunica(do Blog Bebendo Blues e do Zunitopia) vai perceber que tem uma inspiração meio 2008 nesse texto. Temos que nos inspirar sempre, né?

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Tomie Ohtake

Fazia frio e ventava em São Paulo
Calcanhares pisam o chão
passam despercebidos os olhos na torre rosa

Olhamos sós, entre nós o edifício e seus compassos
Tentamos falar, o tempo é curto
Olhamos em Freire o desafio de um sonho
que não é frio como o dia que nos envolve
mas que toca a mente: O que nós podemos dizer?

Posicione-se politicamente, nem tudo são flores.
Sob as palavras há intenções e gestos
que movem o artista, o educador, o aprendiz
há a apreensão dos fatos: E se nós só sentíssemos?

A arte exposta nos expõe a nós mesmos
A flexibilidade da vida, do espaço, na imponente arquitetura de pedra
Reunidos

As formas, os cheiros, as cores, as texturas
Todas nos questionam: "Does this go?"
É o trabalho humano agregado em objeto
O embate eterno: Até onde?
Interno
É nessa toada que a diferença está colocada

O Japão coloca a nova mulher
O brasil coloca a velha artista
Mas a idade não importa
A idade foi o instrumento
É perto dos quarenta que desabrocha a rosa de kioto
É na camada acima da camada que se descama o mundo.

2 comentários:

e para Maitê disse...

- acredito tanto nisso, como não acreditar?
Existe algo além do que conseguimos ver em você, isso é surpreendente.

Plinio Zuni disse...

Confesso que fiquei empolgadão quando li o primeiro verso. Inspiração 2008.