Então, quando eu fui ao Instituto Tomie Ohtake, eu fiz um relato que acabou se tornando um poeminha...como eu achei ele super marcante daquele momento vou registrá-lo aqui.
Meu amigo Zunica(do Blog Bebendo Blues e do Zunitopia) vai perceber que tem uma inspiração meio 2008 nesse texto. Temos que nos inspirar sempre, né?
.
Tomie Ohtake
Fazia frio e ventava em São Paulo
Calcanhares pisam o chão
passam despercebidos os olhos na torre rosa
Olhamos sós, entre nós o edifício e seus compassos
Tentamos falar, o tempo é curto
Olhamos em Freire o desafio de um sonho
que não é frio como o dia que nos envolve
mas que toca a mente: O que nós podemos dizer?
Posicione-se politicamente, nem tudo são flores.
Sob as palavras há intenções e gestos
que movem o artista, o educador, o aprendiz
há a apreensão dos fatos: E se nós só sentíssemos?
A arte exposta nos expõe a nós mesmos
A flexibilidade da vida, do espaço, na imponente arquitetura de pedra
Reunidos
As formas, os cheiros, as cores, as texturas
Todas nos questionam: "Does this go?"
É o trabalho humano agregado em objeto
O embate eterno: Até onde?
Interno
É nessa toada que a diferença está colocada
O Japão coloca a nova mulher
O brasil coloca a velha artista
Mas a idade não importa
A idade foi o instrumento
É perto dos quarenta que desabrocha a rosa de kioto
É na camada acima da camada que se descama o mundo.
2 comentários:
- acredito tanto nisso, como não acreditar?
Existe algo além do que conseguimos ver em você, isso é surpreendente.
Confesso que fiquei empolgadão quando li o primeiro verso. Inspiração 2008.
Postar um comentário