sábado, 21 de agosto de 2010

Conversa sobre educação Parte I

Oi gente, vocês tão bem?
Eu tô sumida porque tô trabalhando muito.

Trabalhando e pensando...uma das coisas que venho pensando é sobre educação. Eu sou educadora da Capela do Morumbi e recebo visitas durante a semana de alunos de 7° e 8° série. Além de ser super legal, essas visitas me trazem também alguns questionamentos e inquietações sobre a quantas anda a educação da nossa mulecada.

Eu compartilhei algumas dessas idéias no meu twitter(@LineReis) e, após isso, conversei com meu namorado, Juliano, sobre essas idéias.

Primeiro, gostaria de postar o que eu escrevi no twitter. Depois vou colar aqui, na íntegra, a minha conversa com Juliano.

Então, senta que lá vem porrada. O post ia ficar grande, então eu dividi em duas partes. Esta primeira mostra as postagens do twitter, a segunda, a conversa no msn, mas eu espero que suscite discussão. É isso que eu espero, pelo menos.



Twitter, 20 de agosto de 2010

"Tô sumida. Tenho trabalhado muito. Ganhamos a licitação novamente, e eu estou empregada por tempo indeterminado. A vida tá boa.
Mas a vida poderia estar melhor. Juliano tbm está trabalhando muito e nós só temos nos encontrado na usp. Sinto saudades dele.
Sinto saudades mesmo! Qudo vejo a mulekada chegando na Capela do Morumbi, aonde eu sou educadora, eu fico pensando: "como é bom ser criança"
E eles não gostam de ser chamados de criança, como eu tbm não gostava quando tinha a idade deles, mas nossa, hoje, olhando pra tras...
era muito bom, como hoje tbm é muito bom, só que é cansativo e a gente q priorizar certas coisas hoje pra colher os frutos amanhã
E eu tenho viajado, pensado muito sobre a educação. Sobre o que a gente anda exigindo dos nossos alunos e do que nós estamos lhes oferecendo
Pq a gente realmente exige que eles sejam extremamente interessados em tudo, que saibam tudo, que pensem a respeito de tudo
E esse é o problema! Geramos expectativas de resultados quando oferecemos tão pouco aos nosso alunos!
Não respeitamos suas aversões, seus gostos, suas aptidões. Tudo tem que ser feito, tudo tem q ser bem-feito. E o humano cheio de defeitos???
Afinal, estamos lidando com alunos-gente ou alunos-máquina?? É só mandar fazer e pronto? E se não fizer, é zero? É isso que é educação?
Eu não acho q isso seja educação. Isto tá mais próximo de repressão ao indivíduo, de homogeneização da criança.
Eu vejo, quando trabalho a exposição de arte com os alunos, que o potencial criativo de alunos de 7° e 8° série já foi bastante podado.
O que é absurdo! O potencial do imaginativo, do lúdico, da criação, não deve ser podado e sim estimulado! Mas não acontece.
A sala de aula é o verdadeiro cubo branco. Não há rupturas, não há quebra. Há sempre o certo e o errado. O aluno e o professor.
Não há mistura, nem dissidência. O aluno ouve e não sabe pq tá ouvindo. Não faz sentido. Por isso que eles estão cada dia mais assépticos."





5 comentários:

PolyBIC disse...

Eu não quero mais ser professora.
A escola destroi, não constroi.

Fraturas Expostas disse...

A escola pode sim, construir muito, mas a coisa é complicada. De quem é a culpa afinal? Eu acho que nós, educadores, temos papel fundamental nesta questão. Eu não posso dizer que eu não quero mais ser professora, quero ser, cada dia mais, porque é de nós que parte a dita "revolução pela educação" que nós tanto sonhamos. Desistir não muda nada. É a vida de milhares de crianças que estão em jogo.

PolyBIC disse...

A questão é que o sistema de ensino (a escola) é engessada, não se pode fazer nada além do programa, não se pode colocar o aluno para pensar e questionar a si proprio.
Eu sou contra a escola. Acredito que seria melhor se fossemos tutores de pessoas, o aprendizado seria melhor

Fraturas Expostas disse...

A sua saída é muito legal, mas tá meio longe de acontecer. Mas como cehgar até ela??? Eu entendo, sim, que não se pode fazer nada além do programa, mas o programa não é o problema. Eu me lembro muito bem do que nós aprendemos no ensino médio e eu não acho que tenha mudado muito. Mas professores como Ana Maria, Vinícius e Maria do Carmo são poucos...E eu não tinha problemas em relação ao método deles.

Fraturas Expostas disse...

Enfim, eu ainda não acho que o problema seja fundamentalmente o programa. O programa não é lá aquelas coisas, mas o problema está muito mais no modo em que o programa é utilizado pelos professores. Dá, sim, para trabalhar química orgânica ou a guerra civil americana de um modo inteligente e interessante. E isso vai da sensibilidade do professor. Parece mais do que nós deveríamos fazer, mas eu acho que está ao nosso alcance.